Como já dizia Caetano Veloso na sua canção Dom de Iludir, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. De fato sabemos, e sabemos sobretudo sobre a nossa dor. Aquela dor que não compartilhamos nas redes sociais, aquela dor que muitas vezes tentamos guardar dentro da gente com medo de sofrer repressão da trupe que diz que tudo é "vitimismo", tudo é "mimimi". Compartilhar tristeza ainda não é tão popular quanto compartilhar momentos felizes, de bebedeira e sorrisos. O seu sorriso, muitos conhecem, a sua dor mais íntima, não. Porque, por mais que haja boa vontade e empatia, as pessoas jamais poderão sentir aquilo que sentimos de fato. Essa avaliação é subjetiva, íntima e individual. Não há espaço para julgamentos, aqui ele não é um ato fidedigno.
'"Fala-se de tudo. Da moral, do comportamento, dos sentimentos, das reações, dos medos, das imperfeições, dos erros, das criancices, ranzinzices, chatices, mesmices, grandezas, feitos, espantos. Sobretudo falam do comportamento e falam porque supõem saber. Mas não sabem, porque jamais foram capazes de sentir como o outro sente. Se sentissem não falariam.'' — Nelson Rodrigues
Por: @FelipeTavares