segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Os sentimentos da argila...


Um dos melhores  e mais profundos filmes que eu já vi na vida foi a animação (feita de argila, por sinal) Mary & Max - Uma Amizade Diferente, do diretor Adam Elliot, que conta a história de amizade entre dois correspondentes muito improváveis: Mary, uma solitária menina australiana de oito anos e Max, um senhor obeso e obsessivo de 44 anos que vive em Nova York. 

As cartas que os dois amigos trocam retratam temas profundamente humanos e delicados. Mary desabafa sobre a ausência do pai e os excessos da mãe alcoólatra, Max por sua vez, expressa por meio das palavras toda a sua solidão, falta de amigos e os sintomas sofridos pela sua "síndrome de Asperger". A animação, que nada tem a ver com aquelas da Pixar, é ousada e corajosa ao escancarar temas polêmicos e extremamente relevantes, ora com uma sensibilidade única, ora com um humor negro bastante peculiar. Essa improvável união resulta numa obra com um grau de sinceridade poucas vezes vista no cinema.


Além da abordagem, o que mais impressiona nesse projeto é a a expressão de tristeza, frustração e angústia estampada na cara dos seus personagens. Eles não passam de uma massinha de argila, mas o sentimento que transmitem é assustadoramente real e perturbador. Poucos atores conseguiriam ser tão viscerais assim. 


E o final do filme? É pura poesia. Mary & Max - Uma Amizade Diferente, recomendo.


Por: @FelipeTavares

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