Atualmente um dos principais focos das propagandas é o público
infantil. Inocentes e vulneráveis, eles acabam sendo uma presa fácil para
satisfazer um sistema que tenta lucrar até sobre aqueles que são vistos como
indefesos. Indefesos sim, mas com um imenso poder de decidir o que seus pais
devem ou não devem comprar. E não nos resta dúvida de que a publicidade infantil
é também uma arma capaz de manipular, inconscientemente, a mente humana a fim
de acumular consumidores sempre dispostos a comprar. Segundo Benjamin Barber*,
essa manipulação ocorre quando a sociedade de consumo estimula a infantilização da mente do homem, resultando em uma patologia do capitalismo consumista em
que os adultos são propositalmente infantilizados e crianças são tratadas como
consumidoras adultas, ou seja, temos aí dois casos de compradores ideais,
aqueles que batem o pé, dizem “Eu quero comprar, pronto e acabou” e fazem girar
a irracional lógica do capital.
A publicidade infantil chega a ser covarde, pois ela gera,
por meio de imagens bonitas e coloridas nas propagandas da TV, uma necessidade
nas crianças, e esse público ainda não possui juízo de valor e dificilmente enxergará
como tudo isso é abusivo. Essa situação coloca nossos pequenos diante de uma
encruzilhada, porque se eles não viram a propaganda de um produto que promete
mudar suas vidas na TV, eles terão acesso a esse produto na escola, por meio
dos amiguinhos e vão querer ganhar um produto exatamente igual.
Nesse caso, só resta aos pais conversar com seus filhos,
mostrar a eles aquilo que realmente deve ser valorizado e fazê-los desapegar o
máximo possível do bem material ou daquilo que é inútil. Trata-se de uma
negociação diária, contínua e esclarecedora com as crianças. Essa é a única
forma de livrá-los do consumismo gerado pela publicidade infantil, já que não há
nenhum outro órgão oficial que controle esse abuso. É preciso usar do dialogo e
torcer para que a propaganda não coloque pais contra filhos, pois ao que tudo
indica, estamos quase chegando a esse ponto.
*Benjamin R. Barber, nascido em 02 de agosto de 1939, é um escritor
e teórico político americano. Seu trabalho mais conhecido é o artigo
''Jihad vs. McWorld'', além de ter escrito o livro ''Consumo: Como o
merdado corrompe crianças, infantiliza adultos e engole cidadãos''.
Por: @FelipeTavares
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